29 abril, 2007
26 abril, 2007
22 abril, 2007
Domingão do Faustão
Um poema irritante beliscou-me o dedo esquerdo,
pedindo pra ser proferido,
gritou no meu ouvido:
Eu sou o poema do domingo e eu preciso ser dito!
o domingo da programação fútil
da chateação em público
da tv brasileira
putrefada e fétida
O domingo é um dia tão razo
quanto a circunferência do meu umbigo,
dia em que a culpa vem,
fazendo um grande ruído...
a verdade é que o domingo
é um ótimo dia...
viva o domingão
e todos aqueles
que se debruçam
na extravagancia do dia anterior...
...Faustos, isso sim!
(Andréa L.C./Márcio A.B.)
19 abril, 2007
BRINQUEDOS ESTÚPIDOS
Para que serve
brincar com a vida,
se ela nem liga pra você?
Você só é mais
um relógio de
ponteiros pintados.
Pura ilusão.
Tão real.
Brinquedos estúpidos
não servem de nada,
o máximo que eles
conseguem fazer
é continuarem
estúpidos.
Sopra o apito,
a língua-de-sogra...
É tudo tão efêmero.
Brincar comigo mesmo
é mais divertido...
me empurrar do
braço do sofá e voar.
Quem sabe tropeçar
na capa de lençol
e cair de boca.
Sangue estúpido.
Quero soldadinhos,
do jeito que sempre
devem ser,
Estáticos.
Não me olhem
pensam que eu
não sei que
a guerra já começou?
E eu aqui tentando
entender o que
esse vai e volta
do iô-iô tem
em comum comigo.
Ainda bem que não
demoram a quebrar,
ou serem esquecidos.
Para que serve
brincar com a vida,
se ela nem liga pra você?
Você só é mais
um relógio de
ponteiros pintados.
Pura ilusão.
Tão real.
Brinquedos estúpidos
não servem de nada,
o máximo que eles
conseguem fazer
é continuarem
estúpidos.
Sopra o apito,
a língua-de-sogra...
É tudo tão efêmero.
Brincar comigo mesmo
é mais divertido...
me empurrar do
braço do sofá e voar.
Quem sabe tropeçar
na capa de lençol
e cair de boca.
Sangue estúpido.
Quero soldadinhos,
do jeito que sempre
devem ser,
Estáticos.
Não me olhem
pensam que eu
não sei que
a guerra já começou?
E eu aqui tentando
entender o que
esse vai e volta
do iô-iô tem
em comum comigo.
Ainda bem que não
demoram a quebrar,
ou serem esquecidos.
(Luís Machado)
14 abril, 2007
DOR BRANCA DOR
branco...
tudo branco...
vejo verde tb...
amarelo... as vezes.
passam pelas portas
e fingem não ver...
...carne transparente!
O cheiro é químico,
As paredes gritam dor,
Mas tudo é encoberto com o branco,
O branco que não é cor
E eu ouço desespero,
Revestido com a brandura,
Das vozes calmas e diabólicas,
Das malditas assistentes sociais!
gemidos e soluços!
tremer na base
quando se passa
do vermelho pro verde...
é isso que
se passa na verdadeira
arte da apreensão!
(Andréa L.C./Márcio A.B.)
11 abril, 2007
CASA DE ARROZ
Calor de sentir
as lágrimas
amargas descendo
pelas costas.
A criatura tem
moscas nos pés
e desinteressado
lê um livro,
porém bastante
atencioso.
Não conhece
ninguém, e nem
costuma procurar
conhecer.
A criatura não mostra os tornozelos.
Suas unhas
têm terra,
fracassos e sonhos.
Arrozes na barba e no peito
se abrigam como podem,
pensam que é casa.
Uma casa constantemente
enxurrada.
A criatura tira sujeira das unhas
com a quina do livro
como se fosse,
por um acaso,
cirurgião.
Quanta pretensão!
Sentado numa
cadeira de macarrão
como se fosse alguém,
um rei talvez...
— Vai e procura uma
escada pra se sentar,
é mais tua cara.
A criatura se manifesta:
— Ei! Não se meta
na minha vida,
eu não te conheço.
Me deixe em paz,
os arrozes da minha barba e peito
tão se mudando pra dentro
do meu livro.
(Luís Machado)
Calor de sentir
as lágrimas
amargas descendo
pelas costas.
A criatura tem
moscas nos pés
e desinteressado
lê um livro,
porém bastante
atencioso.
Não conhece
ninguém, e nem
costuma procurar
conhecer.
A criatura não mostra os tornozelos.
Suas unhas
têm terra,
fracassos e sonhos.
Arrozes na barba e no peito
se abrigam como podem,
pensam que é casa.
Uma casa constantemente
enxurrada.
A criatura tira sujeira das unhas
com a quina do livro
como se fosse,
por um acaso,
cirurgião.
Quanta pretensão!
Sentado numa
cadeira de macarrão
como se fosse alguém,
um rei talvez...
— Vai e procura uma
escada pra se sentar,
é mais tua cara.
A criatura se manifesta:
— Ei! Não se meta
na minha vida,
eu não te conheço.
Me deixe em paz,
os arrozes da minha barba e peito
tão se mudando pra dentro
do meu livro.
(Luís Machado)
08 abril, 2007
OUTRA MORTE
Olá, dona morte, chega em boa hora,
Já me vejo com as malas prontas,
Com os cabelos penteados,
E o perfume no corpo!
Espere só um pouco,
Vou acabar o meu cigarro,
Tirar meu último sarro,
E aí lhe acompanharei
[silêncio]
fumaça...
sons de sopros agudos
saem da boca...
carne quente e suada!
(Andréa L.C./Márcio A.B.)
Olá, dona morte, chega em boa hora,
Já me vejo com as malas prontas,
Com os cabelos penteados,
E o perfume no corpo!
Espere só um pouco,
Vou acabar o meu cigarro,
Tirar meu último sarro,
E aí lhe acompanharei
[silêncio]
fumaça...
sons de sopros agudos
saem da boca...
carne quente e suada!
(Andréa L.C./Márcio A.B.)
02 abril, 2007
OLHA PRA MIM
Quero a coragem dos insensatos
Pra fazer escombros no muro intacto.
Quero lambuzar os ombros
Voar pelo pescoço e alcançar os lábios.
Colher estrelas no campo minado
Furtar o brilho dos olhos pardos
Chover ternura e afago
Acalmar soluços embasbacados.
Quero a coragem dos desesperados
Pra deixar de lado esse penar.
Quero a barba encostada no peito
Transbordar no leito e te ninar.
(Aline Barbosa Nascimento)
Quero a coragem dos insensatos
Pra fazer escombros no muro intacto.
Quero lambuzar os ombros
Voar pelo pescoço e alcançar os lábios.
Colher estrelas no campo minado
Furtar o brilho dos olhos pardos
Chover ternura e afago
Acalmar soluços embasbacados.
Quero a coragem dos desesperados
Pra deixar de lado esse penar.
Quero a barba encostada no peito
Transbordar no leito e te ninar.
(Aline Barbosa Nascimento)