11 abril, 2007

CASA DE ARROZ

Calor de sentir
as lágrimas
amargas descendo
pelas costas.

A criatura tem
moscas nos pés
e desinteressado
lê um livro,
porém bastante
atencioso.

Não conhece
ninguém, e nem
costuma procurar
conhecer.

A criatura não mostra os tornozelos.
Suas unhas
têm terra,

fracassos e sonhos.

Arrozes na barba e no peito
se abrigam como podem,
pensam que é casa.
Uma casa constantemente
enxurrada.

A criatura tira sujeira das unhas
com a quina do livro
como se fosse,
por um acaso,
cirurgião.
Quanta pretensão!

Sentado numa
cadeira de macarrão
como se fosse alguém,
um rei talvez...

— Vai e procura uma
escada pra se sentar,
é mais tua cara.

A criatura se manifesta:

— Ei! Não se meta
na minha vida,
eu não te conheço.
Me deixe em paz,
os arrozes da minha barba e peito
tão se mudando pra dentro
do meu livro.

(Luís Machado)

5 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Poxa!Q dizer dos intelectuais disfarçados? Sei ñ! Temos q ter cuidado!
Cuidado com pensamentos avulsos...
Deixemos escapar no ar... asneira descascada com pitada de suco de maracujá!
Bom, papito!

11/4/07 19:49  
Blogger luis.m said...

só pra constar, se algum doido gostar, num vai rolar piito naum!!!

11/4/07 19:57  
Blogger Paulinha said...

hummm

Não conhece
ninguém, e nem
costuma procurar
conhecer.

aonde os pensamentos nos levam... O.o
ha um lugar definido!?
ainda permaneço fixa na poesia... como se ela ainda me mostrasse + do q eu to percebendo...

adoro qdo sinto isso...

11/4/07 19:58  
Anonymous Anônimo said...

num vai ter piito?
=(

11/4/07 23:22  
Blogger Aline Barbosa Nascimento (@alineleeloo) said...

pq ñ vai ter piito?

18/4/07 19:21  

Postar um comentário

<< Home