26 fevereiro, 2007

RISO VAGO

Eu não sei como me comportar
Diante da imensidão do meu desejo
Queria ter você num ensejo
E um beijo, acalentaria meu penar.

A angústia envolve meus pensamentos...
Seria mais fácil tirá-lo da mente.
Só me sobra o vazio, o olhar latente...
O calar dos lampejos desfigurados.

Nas veias, permeia a ternura...
Doce ensaio que antecede o silêncio
Do engasgo febril e doentio
Da amarga e inexata loucura.

Se você soubesse das horas pálidas...
Tanta água desperdiçada
Estrelas consoladas
Com soluços e risos vagos.

(Aline Barbosa Nascimento)



Criação Corporal - Luís Machado
*se tiver problemas pra ler, clique na imagem.

25 fevereiro, 2007

Tudo nesta vida passa

Tu
Eu
Tu?
até uva passa
passa sim
e você passa e eu acho graça
e a graça é a massa
e a massa se repassa
quando se repassa a desgraça sobre a massa
e tudo q se repassa
tem sinal de fumaça.


(Andréa Leite/Márcio Boas)

17 fevereiro, 2007

PÓS-ESCRITO

A Dor trocisca...

...faz a gente desembolsar
saturnos de falta de apetite!

Desembocar implosões de lágrimas;
Revogar um sorriso!

Desembarcar em locais-pensamento
que diz a origem de cada dor.
Até que uma hora isso tudo vai

desembarrilar
desembaular
desembestar...

...e desembolar pela noite vermelha!

(Márcio Boas)

15 fevereiro, 2007

SOBRE A MORTE EM UMA TARDE DE CHUVA

A Maceração é Macabra!
Macabra... adjetivar uma dança
em que se representa a morte
arrastando pessoas de todas as idades e condições.

Talvez seja uma coisa maçada
pra muitas pessoas...
ou uma pancada com maça ou maço,
um trabalho penoso,
conversa fastienta e longa.

Pessoas de todos os cantos,
vamos macaquear a morte
como uma Macega...

...erva daninha, capim dos campos
que quando seco, dificulta o trânsito.

Luzidia a Ressureição em ti!

(Márcio Boas; 15.02.07)

12 fevereiro, 2007

Seres no canal

Trem das onze eu peguei
Qualidade ele não tem
A essa hora calamitosa
Se dá quem mija bem!

Vi alguém cantando lá,
Mandei calar, não calou
Mandei parar, não parou,
Calei-me eu, fazer o que, meu senhor?

Vão-se nos vagos olhares
Pela janela cega e alterada
Só nos vagões de ninguém
Ela sim, ia calada.

Depois das doze ele cantou
A cor do trem que partia
Leu na voz de quem lhe olhou
Sem nem pensar que doía
Sorrir mesmo, não sorriria!


Determinadamente o que queria,
Determinado não estaria...
Mas ainda que sorrisse, não choraria!

Categoria intrínseca
Seres do bacanal
Apesar de tudo...

...lágrimas de um maquinal!

(Andréa Costa/Márcio Boas/Suhelen Aragão)

03 fevereiro, 2007



A SOPA DO MEU SOBRINHO

pede pra fazer pra tu tb
será?
pq?
será q ela faz?
num sei
faz?
num sei
faz? faz?
será q faz?
tu chega no zovido dela e diz "faz mainha".

(Josangela/Boas)


Na madrugada, escrevo...


... uma poesia, um email, um scrap.
(Scrapt!)
Rasgo, apago, deleto!
Não preciso te mostrar, você está lendo agora!
Escrevo no escuro, a luz me espanta o poeta!
Escrevo na insônia,
Sonho!?
Não durmo!
Meu último sonho foi com você!
Sonho é destino!?
Rezo que sim, com a fé que me resta.
Temo que não, a realidade bate à minha porta de madrugada!
A lei de murphy costuma ser cruel!
...
...
...
Me foge o poeta, cavalgando no meu sono!
Fico aqui, eu e as reticências...

(Arnaldo Vieira)