27 novembro, 2007

O TOMBO

Andava por descerradas avenidas
tão longas, vazias
e compridas.

O prefeito... aquele mesmo,
que está envolvido com
o poder executivo,
carrega um lábaro
pela avenida estrelada.

A juventude...
Ah, a juventude!

Pernadas autênticas
caminhando por
ruas estreitas.

Até onde vai
essa excedente exautoração
da lábia ipiranga?

Bate-pé, barbárie!
O Be-a-bá come solto no Beco!

26 novembro, 2007



FLOREAMENTO

Talvez essa minha
falta de experiência
esteja agora à mostra
com mais veemência
Sem contar com
a expiração constante
em volta de
minha hipergaláxia.

E as nuvens se movem
rápido e
em forma de hiato.
Isso é fato!

Mas as pétalas
da minha corola
não são conceituadas
como archotes de fogo.

Tem gente que gruda
suas pétalas com chiclete
e as pétalas perdem
o perfume e a cor.

estão presas
e não podem cair...
não há renovação!

E eu que sou um hexápode cafona,
filiado ao movimento minimalista,
que por si só
é infinito e altruísta...

...fantasio uma corola filtrável.


12 novembro, 2007


Nessa manhã,
as condições atmosféricas
estão ótimas.

Um clima suave de melancolia
que gira em círculos paralelos
e acaba atingindo
minha megalomania.

talvez seja um mau costume
para aqueles que
se contentam com a esquisitice,
mas isso transcende
uma simples extravagância.

e quando chega a chuva,
esperamos com abundância
as gotas, para nos lavar
dessa hipocondria profunda.


(Márcio Boas)



08 novembro, 2007



O Carácter


o carácter é a propensão natural
que se tem para um gênio.

Como um calibre de uma arma
que em milésimos de segundo
pode se tornar um carma.

Precisamos de amparo
de um encosto, às vezes...
alguma lápide que
pode demorar uns meses.

a satisfação do consolo
pode ser lascivo,
devasso e brincalhão.

a libertinagem fica
à escolha do carácter
que nada mais gira
como uma roleta russa.

esse mundo tende
a nos impelir de si mesmo...

...e pulsa!


(Márcio Boas)

04 novembro, 2007


Na porta de casa
Só se sente fora do tapete

Fora do contexto se sente calafrio.
na noite, o calafrio
roda o martírio

cala filho...
abraça-me como um tio!