19 setembro, 2006


EU COMIGO MESMO

Vivo em constante contato
com esses circuladores de vento..
e tenho perdido a noção
do quanto do meu cheiro eles tem levado.

Levaram todo o cheiro
e agora só me resta o asco
que permanece impregnado
em mim.
Impregnado como o aroma das Rosas
ou variantes de Rosas que me deleitam.
me consomem e me extraviam
para...

- Que lugar é esse?

paredes
paredes
seriam paredes?
Não as vejo,
mas as sinto.

Pegarei-as para que veja!
Estou carregando uma na minha costa...
mas não seria fardo demais
para alguém que já tem
um coração tão pesado?
uma essência paredística sobre seu diafragma?
talvez...
a esta altura, já tenha acontecido,
e eu aqui, querendo tirar
esse peso para poder continuar.

Parece gorduroso!
Claustrofóbico arcaico!
Parando pra observar...
parece comigo.
Mas isto não pode ser eu!
então abra os olhos
tire as paredes de cima de você
livre-se delas
antes de dezembro.

É... talvez se eu abrí-los.
Mas não seria possível
viver dessa forma?
Fechados!

A importância do sentir!
Não valeria a pena mesmo abrir os olhos sem sentir!
Poxa, quase que nós os abrimos.
Como é difícil fazer indagações.
As respostas mudam o rumo das ações.


(Luís Machado e Márcio Boas; 17.09.2006)

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Nossa! Como não se perder na sutileza e imensidão desses versos? Como não viajar nas palavras e até um ponto onde não se volta mais? Como nãos entir as tais paredes ao meu redor... por toda volta...?
Belíssimo! Há MUITO tempo não faço um poema a quatro mãos... Quem me dera pudesse fazer um assim! Amei, meninos!

19/9/06 23:40  
Anonymous Anônimo said...

Essa foi no amago das entranhas.
MAs..
Nao tnho respodtas
nem paredes...

17/1/07 18:39  

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